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  • Portugees
  • E-book
  • 9781465565877
  • 29 juli 2009
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Samenvatting

O livro, que hoje publicâmos, é uma tentativa modesta de acclimação de uma idéa excellente, que lá por fora tem produzido optimos resultados. Applaudem-na unanimes os mais insignes pedagogistas inglezes, allemães, americanos, francezes, e belgas; e ainda que tantos homens competentissimos em assumptos de ensino e educação nol-a não apregoassem famosa, bastaria a simples enunciação d'ella, para que enthusiasticamente a adoptassemos. Antes, porém, de expôrmos minudenciosamente a idéa nova, e nova lhe chamâmos attendendo ao pouco que se tem vulgarisado em Portugal, de razão nos parece conversarmos amigavelmente com o leitor ácerca de alguns pontos da educação e instrucção elementar. É a educação da puericia e da juventude a mais gloriosa e ao mesmo tempo a mais difficil obrigação, que Deus impoz ao homem e á mulher. Á luz da philosophia e da moral, a paternidade e a maternidade consistem menos em gerar o infante, do que em desenvolver-lhe e aperfeiçoar-lhe incessantemente as faculdades da alma e do corpo, até que possa cumprir os seus deveres e arrostar as contrariedades da vida na curta, mas trabalhosa peregrinação, que principia no berço e acaba no tumulo. Incumbe, pois, aos paes empregar todos os meios ao seu alcance, para que os filhos, creaturinhas imbelles, que a Providencia confiou a seus cuidados, cheguem no mais curto espaço de tempo, e pelo emprego de processos razoaveis, amenos, e repassados de amor e ternura ao estado de perfeição physica, intellectual e moral, que constitue o homem, tal qual deve ser, tal qual Deus quer que elle seja, tal qual a sociedade bem organisada o requer, para obreiro prestadio da civilisação. Infelizmente, nem todos os paes conhecem os seus deveres; e dos que os conhecem, muitissimos ha, que os não cumprem, ou por modo mui imperfeito se desempenham d'elles. D'esta ignorancia e negligencia funestissimas provem os maiores males, que affligem a humanidade, males para os quaes a maior parte das vezes não ha remedio. Tratando de assumpto differente, disse um douto, que muitas descobertas se poderiam fazer, se opportunamente perguntassemos: Por que? Appliquemos o engenhoso e facil processo de Arago ao exame das causas determinantes de alguns vicios sociaes, e convencer-nos-hemos de quão exacta é a nossa asserção. Estamos na via publica. De toda a parte se nos apresentam creanças esfarrapadas, semi-nuas, esqualidas, famintas, petulantes; revolvem-se umas na lama e no po; dormem outras, tiritando, á chuva e ao vento; estas divagam estendendo a mão asquerosa e pedindo uma esmola aos que passam; aquellas soltam dos labios rosados palavras, que fazem enrubecer os que as ouvem. Chamae-as, e perguntae-lhes quem alli as deixou, flôres no esterquilinio, passarinhos implumes entre abutres esfaimados, anjos manchando as azas na sujidade das calçadas. Responder-vos-hão: Nossas mães e nossos paes. Ides vosso caminho, alegre, tranquillo, olhando em redor, vendo prepassar trens sumptuosos, soberbos cavallos, mulheres elegantes, homens felizes e descuidosos. Chega-vos aos ouvidos um echo, um gemido, um choro infantil; olhaes... Que vêdes? Na soleira de um portal, vestida em uns andrajos, quasi morta de fome e de frio uma criancinha, cujas faces, em vez de serem orvalhadas pelas lagrimas da materna alegria, e aquecidas pelos beijos fervidos da que lhe deu a existencia, se humedecem com as lagrimas da amargura infantil. Levantae o pobresinho, apertae-o contra o peito, osculae aquella carinha de jasmim e rosas, e perguntae-lhe: Anjo meu, que barbaros te deixaram aqui abandonado? E a innocencia vos responderá, não com palavras, que as não sabe ainda articular, mas com ternissimos soluços: Abandonou-me meu pae e minha mãe. Além vae caminho do cemiterio, a tumba, que andou de porta em porta recolhendo os miseros, cujas familias não poderam coalhar o bastante para o modesto funeral dos seus parentes. Fazei-a parar; mandae que a abram; olhae para dentro. Horror! exclamareis vos ao ver por entre os adultos exanimes, em sacrilego desarranjo, um bando de creanças quasi esqueletos, rachiticas, chagadas, meio apodrecidas, com signaes evidentes de terem vindo ao mundo com o estigma da morte profundamente gravado nas frontes innocentes. Martyres obscuros, podereis vos dizer-lhes, para quem o mundo não teve nem uma corôa, nem uma palma; estrellas cadentes, que brilhastes um momento e desapparecestes n'um eterno occaso; quem assim vos macerou os corpinhos, e vos deu a beber o fel da morte ao alvorecer da vida? E a mudez sombria d'aquellas florinhas envenenadas na hastea, e emurchecidas antes de desabrocharem, responderá: Nossos paes e nossas mães. Vêdes aquelle peralvilho, aquelle afeminado, todo pomadas, todo essencias, gesto insolente, olhar altivo e desdenhoso, que vae rindo e galhofando com outros da sua ralé. Parou, fazem-lhe roda, applaudem-n'o outros taes. Que bocadinhos de oiro estará elle a dizer? Escutae-o. Mofa da religião, que desconhece; insulta os sacerdotes, que acertam de passar junto d'elle; escandalisa as donzellas; zomba dos anciãos; aos pobres, em vez de os esmolar, despede-os insolente. Indagae como tão cedo se depravou aquelle moço, que deveria estar ainda sentado no banco da escola. Dir-vos-hão que á incuria paterna deve elle toda a sua ruina. Entrae no templo a presencear as augustas ceremonias, que rememoram a angustiosa paixão e morte do grande amigo da humanidade. Que observaes? A turba irreverente, descomposta, sacrilega, rindo, conversando, ostentando galas, trocando gracejos, costas para os altares, olhares distrahidos, attitudes grosseiras e vilans. Quantas preces saem d'aquelles labios? Que pensamentos povoam aquellas mentes? Que piedosos affectos existem em tantos corações? Escandalisa-vos o desacato? Quereis saber porque na egreja estão, como não poderiam estar na casa da opera? Chamae de banda um dos levianos e perguntae-lhe o que lhe hão dito seus paes da grandiosa tragedia do Calvario; do incruento sacrificio, que a representa, da respeitabilidade do altar, do valor das preces humildes e sinceras? Responder-vos-ha, sorrindo: Não vos comprehendo; meus paes nunca me fallaram d'essas coisas. Que vozearia é aquella? Porque tantos gritos, tamanho borborinho? Ergue-se um homem mal trajado, e arenga á turba. Poucas palavras tem dito, e já uns o applaudem phreneticos, já outros o vituperam enfurecidos. É o povo soberano, que usa e abusa de seus direitos. A onda encapellada das ruins paixões sobe, sobe, invade a improvisada tribuna e derruba o Demosthenes improvisado. Todos fallam, todos proclamam a idéa nova. Ouçamol-os. Abaixo os padres, não precisâmos d'elles; abaixo a religião, que para nada presta; acabemos com a propriedade, os ricos so querem beber-nos o sangue; viva o communismo, grita um; viva o socialismo, que é melhor, responde outro; nada, nada d'isso, venha a republica. Acabemos com os tributos e seremos felizes; e o exercito para que serve? Elimine-se o exercito. Pedi instrucção, pedi ensino facil, bom, universal, escolas primarias a cada canto, bibliothecas populares, livros optimos ao alcance de todos no preço e no estylo; pedi moralidade, diz com voz firme e sonora um operario, fronte ampla, respeitaveis cans, rosto sereno, mão calejada pelo trabalho. Fora com o visionario brada a turba. Que quer dizer instrucção? Para que servem os livros? Para que prestam as escolas? regouga um miseravel, em cujo rosto se retrata a ignorancia e occiosidade; e bradando á turba, apos si a leva cançada, mas não saciada de disparatar. Dirigi-vos ao operario honesto e prudente e informae-vos de quem sejam aquelles doidos. Uns infelizes, dirá elle, bons corações, más cabeças. Pobresinhos todos; porém mais pobres de instrucção que de dinheiro, porque todos tem aptidão para o trabalho, mas a todos faltou a educação. Não tiveram paes, como eu felizmente tive, que os mandassem ensinar. A mor parte nem ler sabem, nem fazer o seu nome. Se lhes fordes perguntar o que seja republica, socialismo, communismo, salario, religião, exercito, á boa fé vos affirmo que não poderão responder coisa que geito tenha. Mas deixemos estes homens, nem todos maus; muitos bonissimos, desvairados pela febre ardente de antigos e profundos padecimentos, que buscam a verdade e o bem, como os alchimistas da idade media, por meios absurdos e inconvenientes, mas que tem a coragem de affrontar os perigos, de sacrificar a propria vida, e de soffrer com a resignação dos martyres dos primeiros seculos do christianismo esses hediondos supplicios, a que ainda hoje o mundo civilisado assiste com profunda magoa e indignação. Volvamos os olhos para aquell'outros. D'onde vem? Das enxovias. Para onde vão? Para o degredo. Homens, mulheres, crianças! Deixam a patria, os amigos, as familias, os formosos campos, onde nasceram, este céo tão puro, este sol tão esplendido, este clima tão amoravel, este abençoado e feracissimo torrão, para irem em paizes inhospitos luctar com a morte opprobriosa, ralados de saudades, roidos de remorsos, despreziveis aos olhos de todos, e condemnados pela voz implacavel da propria consciencia. Vãm alli assassinos, sacrilegos, perjuros, fratercidas, patrecidas, ladrões, incendiarios; todos os crimes, todas as torpezas, todas as infamias, o lodo asqueroso de todas as humanas miserias, as trevas da ignorancia preversa, a lepra do grande corpo social. Ponde os olhos n'aquelle quadro, mães e paes. Não interrogueis os que o crime despenhou; não insulteis a desgraça; não amargureis mais aquelles corações devastados e corroidos pelo crime, onde pod

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pt
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E-book
Oorspronkelijke releasedatum
29 juli 2009
Ebook Formaat
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Library Of Alexandria

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